sexta-feira, 25 de julho de 2008

"Seu caráter, na terra, proferirá sentença contra você".


ORI em yoruba tem muitos significados - o sentido literal é cabeça física, símbolo da cabeça interior. Espiritualmente, a cabeça como o ponto mais alto (ou superior) do corpo humano representa o ORI.

O que é então ORI, de que a natureza é constituído e qual o seu papel na vida do homem? Em primeiro lugar, acredita-se que o corpo humano é constituído de duas partes: a cabeça e o suporte. Acredita-se que este corpo adquire existência na medida em que recebe o sopro vivificador.

Este sopro foi o agente do processo da criação em seu primeiro momento e tem sido o responsável pela geração e continuidade de toda a vida no universo.

O conceito de ORI está intimamente ligado ao conceito de destino pessoal e à instrumentalização do homem para a realização deste destino. ORI é a representação particular da existência individualizada (a essência real do ser). É aquele que guia, acompanha e ajuda a pessoa desde antes do nascimento, durante toda vida e após a morte, referenciando sua caminhada e a assistindo no cumprimento de seu destino.

Todo ORI, embora criado bom, acha-se sujeito a mudanças. Vimos que feiticeiros, bruxas, homens maus e a própria conduta podem transformar negativamente um ORI, sendo sinal dessa transformação uma cadeia interminável de infelicidades na vida de um homem a despeito de seus esforços para melhorar.
O ORI, entidade parcialmente independente, considerado uma divindade em si próprio, é cultuado entre outras divindades, recebendo oferendas e orações.

Quando ORI está bem, todo o ser do homem está em boas condições.
O destino também pode ser afetado, então, pelo caráter da própria pessoa. Um bom destino deve ser sustentado por um bom caráter.

Este é como uma divindade: se bem cultuado concede sua proteção. Assim, o destino humano pode ser arruinado pela ação do homem.

Representa o mais íntimo de cada um, o inconsciente, o próprio sopro de vida em sua particularização para cada pessoa. Ori mora dentro das cabeças humanas, tornando cada um aquilo que é.Como ao morrer, a cabeça de uma pessoa não é separada para o enterro, Ori é conhecido como aquele q pode fazer a grande viagem sem retorno, pois os outros orixás, mesmo quando morrem seus filhos, são libertados da cabeça (Ori) e retornam ao Orun (céu, ou mundo exterior).Durante o processo iniciático a primeira entidade a ser equilibrada é justamente o ori, a individualidade pessoal, para que a pessoa não se transforme em um mero espelho do orixá.

A cerimônia de equilíbrio do Ori dá-se o nome de Bori (bo = comer, ori = cabeça => dar comida para a cabeça, fortalece-la).

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